Quinta Nova: Se é para explorar o Douro, que seja em grande estilo

Eu, apaixonada pelo Douro, me confesso. Verão, outono, inverno ou primavera, pouco importa, uma vez que as paisagens da mais antiga região demarcada do mundo vão bem com qualquer estação do ano. Há muito que este território classificado como Património Mundial da Unesco faz parte dessa minha lista de locais-aonde-vale-a-pena-sempre-voltar. Mais ainda quando o regresso é feito em grande estilo e sob o aconchego de um hotel repleto de história e charme, como é o caso da Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo.

Propriedade da família Amorim no Douro, a Quinta Nova guarda uma das adegas mais antigas da região demarcada – os dois edifícios foram construídos em 1764 em distintos patamares, exibindo ainda hoje a sua traça original com paredes de xisto e portas de madeira altas e largas – ainda que se apresente, no seu interior, totalmente renovada. Ao lado, na casa senhorial, encontrará a exclusiva unidade de alojamento, que integra a Relais & Châteaux. São onze quartos, no total, repletos de requinte e conforto. O mesmo acontece nas salas interiores, com especial destaque para o Jardim de Inverno, que convida a uma amena cavaqueira ou à leitura de um bom livro.

No exterior, é a paisagem do Douro e o vinhedo quem se impõe, criando o cenário perfeito para um brinde ou uns banhos de sol ou de piscina. Vale a pena deixar-se perder pelo espaço ao ar livre, aproveitando os jardins envolvidos por árvores seculares, ciprestes e plantas autóctones, ou fazer uma caminhada pelas três rotas sinalizadas na quinta, ao longo de oito quilómetros.

Para quem quer conhecer um pouco mais sobre a história do vinho e da própria Quinta Nova, há um museu dentro da própria propriedade pronto para levar os hóspedes a recuar no tempo. Dentro das suas quatro paredes mora uma coleção organizada pela matriarca da família, Fernanda Amorim, nascida em Grijó (1935), com vista a “preservar a memória das artes e ofícios tradicionais, dos hábitos e costumes quotidianos das gentes do Douro”, lê-se na placa informativa instalada à entrada do espaço onde é possível apreciar artigos usados na vindima, na adega e na tanoaria.

E porque é de vinho que se trata, nada melhor do que agendar uma prova Quinta Nova e/ou sentar-se à mesa do Terraçu’s, o restaurante do hotel. O destaque da carta vai para os produtos da terra, trabalhados em pratos como o caldo verde desconstruído com um crocante de chouriço, bola em vinha d’alhos, truta fumada, vitela de pasto transmontano com cogumelos e milho caramelizado, entre outros. Para terminar, há uma recriação de bolo de bolacha com gelado de café, entre outras doces tentações.