Gastronomia

“Doze, Nordeste”, a iguaria que junta produtos da Terra Fria, Terra Quente e Douro 

Chama-se “Doze, Nordeste”, numa referência direta aos doze concelhos que compõe o distrito de Bragança, é um bolo regional, utiliza unicamente ingredientes daquele território acrescentando-lhe apenas uma “pitada” de criatividade e inovação. A autoria deste projeto, que tem como ambição criar na doçaria uma identidade territorial abrangente, é de Eurico Castro, conhecido chef de pastelaria que assume esta criação como um sonho que quer partilhar com todo o território. Assim, apesar de já ter registado a marca, está disponível a ceder os direitos de exploração do doce a todas as pastelarias do distrito que o queiram comercializar. “Em parceria com uma empresa sedeada em Mirandela, única na região que se dedica à comercialização de matérias-primas na área da pastelaria, disponibiliza a receita, cede gratuitamente os direitos de exploração, para que quem quiser tenha acesso e possa fazer a sua reinterpretação do doce”, afirma Eurico de castro.

Entre os ingredientes o Doze conta com amêndoa, nozes, azeite da Terra Quente e Douro Superior, castanha da Terra Fria, cerejas de Alfândega da Fé, mel de toda a região, vinho do Porto do Douro Superior e farinha do Planalto Mirandês. 

“Decidimos juntar à doçaria também a arte e a cultura, pelo que o projeto conta com a participação de quatro artistas da nossa terra: Miguel Moreira e Silva, artista plástico; Inês Falcão, pintura; Patrícia Cordeiro, fotografia; e José Pedro Teixeira, designer gráfico. São eles os responsáveis pela criação da imagem da embalagem do produto”, acrescenta o chef, que no seu espaço comercial “A Confeitaria”, vai apresentar o bolo embalado em latas de metal, com rótulos produzidos e assinados pelos referidos artistas.

Miguel Moreira e Silva é um dos artistas plásticos que respondeu ao  desafio de Eurico Castro, assinando a rotulagem de duas embalagens, num caso com uma pintura de uma máscara de caretos, noutro com uma fotografia de uma peça própria, também uma máscara. “Há uns anos desenvolvi um projeto que contou com o apoio do Ministério da Cultura que tinha como título “Careto, Rutura e Continuidade”, achei que fazia sentido dar “continuidade” e apresentar esse trabalho nesta iniciativa”, referiu.

Outra das participantes, Patrícia Cordeiro, participa com fotografias de caretos, ela que foi a mentora e a principal obreira da candidatura que levou a UNESCO a reconhecer os Caretos de Podence como Património Imaterial da Humanidade. Juntam-se ao grupo Inês Falcão, pintora que trabalha neste projeto também os temas das máscaras e, por fim, José Pedro Teixeira, designer gráfico que cria uma linha diferente, abordando a temática do Hip Hop, tentando agradar a um público mais jovem. 

O Doze, Nordeste para já está à venda apenas em “A Confeitaria”, em Mirandela, o produto devidamente embalado é vendido pelo valor de 10€, o bolo sem a embalagem é vendido a 6€. 

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