É já na fronteira com Espanha e encostada à Beira Baixa que mora uma das regiões mais bonitas de Portugal: o Alto Alentejo. Moldado por montes, decorados com inúmeras quintas rurais, este é um daqueles destinos onde a paisagem ainda se vai mantendo de forma muito natural.
Uma imagem à qual se juntam depois outros atractivos de peso: esta é uma região rica em história, património e gastronomia. E onde ainda reina a tranquilidade.
Composto por 15 municípios e com uma área total superior a 6.000 quilómetros quadrados, este é um daqueles destinos que carece de tempo para ser explorado. Mais ainda se a viagem coincidir com a época de calor – acredite: ali, os termómetros atingem valores bem altos.
Se não lhe restarem muitos dias, existe sempre a opção de dividir o roteiro e deixar algumas vilas para uma próxima visita. Foi o que fizemos, uma vez que a viagem era de apenas um fim-de-semana – ainda para mais com algumas horas de recolher obrigatório (devido ao calor).
A escolha recaiu em três vilas, relativamente próximas entre si, e apesar de ser sido feito feita de forma algo aleatória resultou na perfeição: Marvão, Castelo de Vide e Nisa.
A primeira, e talvez a mais imponente de todas, está situada a cerca de 860 metros de altitude, no topo da Serra do Sapoio, junto à fronteira de Espanha. A vista sobre toda a área à volta é impressionante.
Não é difícil perceber a importância que o Marvão teve para a defesa militar do território português. E as muralhas, do século XIII e do século XVII, que envolvem o casario da vila ali estão para o comprovar.
Impõe-se uma caminhada ao longo das suas ruas estreitas, entre aquele cenário, bem alentejano, de casas caiadas de branco. E aproveite para visitar a Igreja Matriz do século XV e a antiga Igreja de Santa Maria que foi tornada Museu Municipal.
Próxima paragem: Castelo de Vide. Foi a própria vila que nos atraiu até ela, enquanto passávamos na estrada. Era impossível não reparar naquela imagem de um castelo rodeado de casario branco.
Dentro da vila, as expectativas não saíram goradas. Muito pelo contrário. O cenário medieval era digno de ser apreciado e acabámos por ficar a saber que é ali que se encontra uma das mais bem preservadas judiarias de Portugal.
Torna-se, assim, obrigatória uma visita à antiga sinagoga, actualmente um museu, um passeio pelo labirinto de ruas (atente à presença judaica nos nomes das ruas e os sinais do culto de gerações hebraicas nas portas de granito) até ao castelo e a descoberta da Igreja Matriz de Santa Maria(onde acontece uma parte das cerimónias pascais onde se misturam as duas crenças, cristã e judaica).
E já agora: ouse entrar num dos restaurantes da vila e apreciar a fantástica gastronomia alentejana. Como aquela que é servida no Restaurante Pedro V, bem tradicional e familiar.
Conhecida pelo seu queijo delicioso, Nisa é outra vila que preserva um importante centro histórico dentro de muralhas (datadas de 1343).
Entre o seu património mais importante está o que resta do Castelo do século XIII, as Portas da Vila que ainda restam das seis originais (a da Vila e a de Montalvão), as Igrejas Matriz do século XV e da Misericórdia do século XVI (com um interessante Museu de Arte Sacra), as Capelas do Calvário do século XVII e a de Nossa Senhora dos Prazeres do século XVI.
Igualmente afamadas são as suas termas. As Águas Minerais da Fadagosa, a cerca de 10 quilómetros da vila, são frequentadas por pessoas vindas de todo o país – a época termal estende-se de Abril a Novembro.
A leitura desperta imenso o desejo de viajar para o local descrito. Parabéns!
Obrigada Otavio. Vale bem a pena ?