Maria José Santana
O tempo voa”. “Os dias passam a correr”. São expressões que usamos com frequência. Talvez até em demasia, atendendo a que muitas vezes as proferimos como uma espécie de desculpa pelo adiamento do café ou almoço que ficámos de marcar com aquele amigo especial. Verdade seja dita: o tempo não voa; o problema é o que nós fazemos com ele.
Bem vistas as coisas, os ponteiros do relógio continuam a andar exactamente ao mesmo ritmo que andavam nesses tempos em que tínhamos tempo para tudo (e mais uns pozinhos). O que mudou? A nossa forma de estar ao longo das 24 horas que compõem um dia, dos 60 minutos de cada uma dessas 24 horas – já para nem falar do pormenor dos segundos (esse rigor não é para todos).
Fiquei a pensar nisto, por estes dias, depois de telefonar a uma grande amiga (mais do que grande, especial) e de constatarmos que já não estávamos juntas há um ano. Mais coisa, menos coisa, uma vez que nenhuma de nós se lembrava da data precisa do último encontro (o que quer dizer que a coisa pode ser ainda mais grave). E o mais estúpido de tudo? Vivemos a uns meros 30 a 40 quilómetros de distância, que podem ser percorridos através de uma auto-estrada, de uma estrada nacional ou via municipal (é à vontade do freguês).
Obrigo-me a reflectir sobre isto. Tentar encontrar uma explicação para a famigerada falta de tempo, fatalidade a que tanto aludimos. Porque as carreiras profissionais exigem mais tempo e dedicação, porque os afazeres pessoais e da família obrigam a constantes vaivéns, porque ainda há trabalho para fazer em casa.
Desculpas e mais desculpas. E uma certeza apenas: nenhuma delas é suficientemente forte para nos impedir de ter tempo para estarmos com quem amamos. E para nos impossibilitar de fazermos aquilo de que mais gostamos.
Talvez não seja assim tão necessário andar nessa correria constante para cumprir todos os afazeres – não haverá forma de concentrar tudo numa tarde? E não existirão tarefas que até podem ser adiadas? E talvez ninguém lhe reconheça o empenho de ter abdicado de parte da sua noite em família a acabar aquele relatório (com o risco de ainda ouvir de uma chefia o célebre “não fez mais do que a sua obrigação).
O relógio vai continuar a marcar os segundos, os minutos e as horas ao ritmo de sempre. Resta-nos ter consciência disso e banir, de uma vez por todas, essa desculpa dissimulada que tantas vezes nos impediu de marcar aquele encontro. Porque são esses momentos que nos levam a tomar consciência do verdadeiro valor do tempo.
O tempo, esse suspiro que nos envelhece….beijinho carregado de concordância
Depois que me aposentei… Aprendi a pausar… não ter mais uma agenda cheia… dar tempo pra mim e quem for importante pra mim. Minha melhor opção, devia ter começado a bem mais tempo… Oi… Isto não é propriamente um comentário… queria que soubesse que aprecio muito o seu blog e o acompanho também. Por isso indiquei ele pra receber o PRÊMIO VERSATILE BLOGGER AWARD, da uma olhadinha lá quando puder…Muito sucesso! Parabéns! Abraços!
http://oterceiroato.com/2018/04/29/premio-versatile-blogger-award-para-blogs-e-blogueiros/.