Fica o aviso: este artigo é tudo menos imparcial. Verdade seja dita, a única parte isenta deste post é a citação do artigo recentemente publicado pelo reputado site Condé Nast Traveler, que enumera as 10 cidades de menor dimensão mais românticas da Europa.
E imaginem qual é a única cidade portuguesa que integra a lista? Aveiro, claro está, terra de quem vos escreve sobre tantas outras cidades e que ainda não tinha tido a coragem de escrever sobre a sua cidade. Talvez por receio de não conseguir encontrar as palavras certas para descrever tamanha beleza.
É que Aveiro é bonita a duplicar. Tudo por causa dos espelhos de água: as imagens reflectem nas águas da ria, hipnotizando-nos a cada olhar.
Capital da arte nova, cidade dos canais e dos moliceiros, Aveiro pisca-nos o olho com um ovo mole – como ela é traiçoeira, pois ninguém consegue comer apenas um – e sequestra-nos com a hospitalidade das suas gentes. Gentes que trocam os “v´s” pelos “b´s” mas que são capazes de ficar a rapar frio para nos agasalharem com o seu gabão.
E por falar em frio, Aveiro é terra de nortada. E também de nevoeiro. Mas nem assim conseguem ocultar o seu encanto. A culpa? Talvez seja da beleza ímpar dos seus bairros típicos, a Beira Mar e o Alboi, ou do pulsar dos seus mercados (Praça do Peixe ou Mercado Manuel Firmino) ou das suas marinhas de sal.
Aveiro também tem praia, a de São Jacinto, e a dos palheiros às riscas, a Costa Nova, que não sendo de Aveiro-Município é de Aveiro-Região. Pode soar a preciosismo, mas esta é uma regra que convém não esquecer quando andar por estas bandas. Pelo menos, assim já não estranha quando o confrontarem com uma enxurrada de reparos por ter localizado a Costa Nova em Aveiro.
É por tudo isto e muito mais que Aveiro está incluída nessa lista europeia. E é a única cidade portuguesa que mereceu tal destaque. Romântica por natureza, Aveiro é, acima de tudo, apaixonante. Prova disso são estas belas fotos dessa amiga e fotógrafa aveirense que tanto admiro, a Sandra Bio. Sejam bem-vindos!
Eu confirmo. Aveiro tem os canais, a Costa Nova do Prado tem as casinhas em pijama. E ainda lá está a de José Estêvão, a menos colorida de todas mas talvez a mais histórica. Aquela onde Eça de Queiroz esteve algumas vezes com o amigo para a vida, Luís Magalhães, filho do dono do histórico palheiro.
Tenho dito. Beijinho Maria José Santana
Cara Gabriela, um dia destes vai ter de nos escrever um artigo a falar sobre Eça e a sua vivência nesse palheiro. ? Beijinhos