Para muitos de nós, Bordalo II já dispensa apresentações. Os trabalhos deste jovem artista português – nasceu em 1987 (Lisboa) –, esculturas feitas com recurso a lixo e desperdícios, há muito que têm vindo a dar que falar (em cada peça, há sempre presente uma preocupação ambiental).
Agora, vai ser possível apreciar o seu trabalho numa exposição retrospectiva, composta por trabalhos novos que são uma extensão das obras que tem criado na rua, com lixo, em vários locais do mundo.
A mostra abre a 4 de Novembro, num armazém na zona do Beato, em Lisboa – a aposta passou mesmo por apresentar este conjunto de trabalhos fora do circuito de museus e galerias – e vai ficar patente até dia 26 de Novembro (entrada livre).
Intitulada “Attero” (desperdício, em latim), a exposição conta com curadoria de Lara Seixo Rodrigues e estende-se, também, para fora de portas. No âmbito desta apresentação ao público, Bordalo II criou três peças na rua: uma raposa na Avenida 24 de Julho, um sapo na rua da Manutenção e um macaco no pátio do armazém onde está patente “Attero”, no n.º 49 da rua de Xabregas.
Na mostra haverá também um espaço com imagens do que Bordalo II tem feito pelo mundo, no âmbito da série “Big Trash Animals”, “para que as pessoas tenham noção da amplitude do trabalho dele, as 88 peças pelos três continentes, em 18 países (excluindo Portugal)”.
No local estará também à venda um livro, que inclui testemunhos sobre o trabalho de Bordalo II, “de vários pontos de vista”, de pessoas ligadas às artes a ambientalistas, passando pelo actual ministro do Ambiente, Matos Fernandes.
“Attero” inclui também várias actividades, como “visitas guiadas, visitas para as escolas, mediante marcação, apresentações muito interessantes, uma delas pelo biólogo João Farinha que vai falar sobre peculiaridades dos animais tendo por base os animais que estão expostos, apresentação de produtos parceiros da exposição, altamente ecológicos e inovadores, apresentação de um projecto da Câmara de Lisboa e ‘workshops’ para crianças”.