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Fazer malas com o mínimo e essencial requer “compromisso e organização”

Chega a altura de férias e lá vem a preocupação: preparar a bagagem com o mínimo e essencial. Para quem viaja de carro, não há motivos para alarme (a não ser que a mesma viatura seja partilhada por mais do que três pessoas), mas para quem tem de apanhar um avião para usufruir do merecido descanso, o cenário complica-se. Especialmente nos dias que correm, em que cada vez mais recorremos às companhias “low cost”, sujeitos a limitações quanto ao tamanho e quantidade da bagagem. Torna-se, assim, imperioso tentar concentrar tudo aquilo de que necessitamos para a viagem numa mala de cabine. Mas será que isso é possível? Antónia Barroso, jornalista especializada em viagens – responsável pelas publicações DirHotel, Ponto Turismo, e pelo site/jornal Shopping Spirit News -, garante que sim. E nós acreditamos, uma vez que já tivemos a oportunidade de viajar com ela e de assistir a esse verdadeiro milagre: a Antónia Barroso conseguiu levar para um cruzeiro de quatro dias apenas uma bagagem de cabine.
Ela que já viveu tempos em que “realmente, estava sempre de mala feita”, garante que o segredo “chama-se compromisso e organização”. “A pergunta que cada um deve fazer é até que ponto se está disposto a ir para conseguir essa proeza. É preciso fazer cedências e ser muito prática. Claro que, dependendo da época do ano, da duração da viagem e da sua natureza, a dificuldade é maior ou menor. Há viagens em que não é possível fazer o milagre da minimização da bagagem”, reconhece a jornalista.
“O meu recorde foi estar uma semana em Israel com uma mala de cabine. Os seguranças da El Al no aeroporto não queriam acreditar que eu só transportava aquilo para uma semana. A minha opção revelou-se muito prática porque andámos de um lado para o outro, sempre com as bagagens atrás, e eu, com a minha mala minúscula, fui a ‘inveja’ de todos os jornalistas do grupo”, conta-nos – e nós acreditamos, uma vez que também já a invejámos.
Mas que regras devemos seguir para conseguir levar roupa, calçado e produtos de higiene num exíguo espaço (55 cm x 40 cm x 20 cm)? “A primeira coisa que eu faço, e nota que isto não são verdades absolutas, ou seja o critério que serve para mim, poderá não servir para outrem. Eu confesso que sacrifico um pouco, não totalmente, a vaidade, mas penso que são meia dúzia de dias e que vou ali para trabalhar… O meu primeiro passo é estudar a viagem: quantos dias, que eventos é que tenho, qual o clima e faço contas, tento levar um conjunto por dia, eventualmente mais um por evento extra que possa ter e que me obrigue a ter de mudar de roupa. Tento escolher roupas que não amarrotem e que possa combinar com mais peças e assim usar mais vezes, por exemplo levo calças que possa usar com várias t-shirts ou blusas, vestidos para os eventos/jantares que tiver e assim evitar ter de fazer conjuntos”, testemunha Antónia Barroso.
A regresa básica pode passar por organizar sempre o que se vai “usar em cada ocasião”. “Os sapatos tento reduzir ao máximo, evito levar mais de dois pares, além dos que tenho calçados que será sempre o que ocupa mais espaço na mala”, especifica. Já no que diz respeito aos produtos de higiene, “tendo em conta as limitações dos líquidos nas bagagens, coloco sempre o que preciso em frascos pequenos e selecciono a maquilhagem. Tento optar por amostras que eventualmente tenha no que diz respeito a cremes, mas caso não tenha, guardo sempre caixinhas que encho com os cremes que preciso”, sugere a jornalista. E deixa ainda o alerta: “o ser criteriosa não servirá de nada se não se souber organizar a roupa dentro da mala, que também tem os seus mistérios… é quase um puzzle! Na verdade não há segredos, é uma questão de aproveitar todos os cantinhos e os contornos. Se a roupa chegar um pouco amarrotada, nada como pendurar na casa-de-banho do hotel, abrir a torneira de água quente no máximo e deixar o vapor fazer o trabalho!”, revela Antónia Barroso.

“Pode ser que use isto” é o velho problema

A jornalista reconhece que para as mulheres a tarefa fica mais complicada, uma vez que “têm a tendência para levar muita coisa que depois chegam à conclusão que não usam”. “O problema é, ao fazerem a mala, dizerem: ‘pode ser que use isto’, ou ‘posso precisar disto’, a pergunta que devem fazer é: o que é que efectivamente vão usar e limitarem-se a isso. É preciso disciplina!”, aponta.
Antónia Barroso deixa uma dica que pode fazer toda a diferença para quem quer preparar uma mala com o mínino. “Eu tinha um amigo, a quem aliás fui buscar a inspiração, que fazia os conjuntos em casa, depois fotografava e depois, durante a viagem, via as fotografias para vestir os conjuntos que tinha previsto em casa”, desvenda.
Para esta jornalista que já perdeu a conta à quantidade de malas “minimalistas” que já teve de preparar a vida, também há uma regra de ouro no que toca a preparar uma bagagem com roupa e calçado de Inverno – mais pesados e volumosos. “O desafio é maior, mas também se conseguem milagres. O casaco vai vestido e as botas calçadas!”, sugere.
Ficam as dicas e também o desafio. Toca a preparar uma bagagem com o mínimo e essencial. Boas férias a todos!

 

3 opiniões sobre “Fazer malas com o mínimo e essencial requer “compromisso e organização”

  1. é preciso capacidade de organização e alguma eficiência para se encher uma mala com apenas o que precisamos, mas é também é algo que se aprende com a prática! Uma mala de cabine para uma semana chega perfeitamente quando se tem essa experiência!…. 🙂 o que é mais difícil é termos muitas oportunidades para estarmos num lugar diferente, durante uma semana, com apenas uma mala de cabine!

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