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Sabia que a escrita pode ser uma ferramenta terapêutica?

Provavelmente, já deve ter ouvido isto em algum lado: escrever ajuda a libertar emoções e a promover o nosso bem-estar. E não. Não precisa de ser uma escritora exímia para usar a escrita como terapia. O importante é que escreva, usando e abusando das palavras para expressar emoções, sentimentos, histórias, vivências e experiências. “Sempre que escrevemos sobre o que sentimos tendo em vista a gestão desse mesmo sentir, estamos a viver processos de cura emocional, estamos a viver um profundo processo terapêutico”, garante Ricardo Fonseca, escritor e terapeuta, que tem dinamizado vários workshops sobre escrita terapêutica.
“A escrita transforma-se numa terapia quando aplicada com o objectivo de gerir emoções, de lidar com sentimentos e de curarmos as nossas emoções, muitas vezes associadas a processos e vivências do nosso passado e que ainda hoje nos afectam”, realça ainda Ricardo Fonseca. E que conselhos devem ter em consideração as pessoas que querem usar a escrita como terapia? Pegar numa folha de papel e numa caneta – como é óbvio -, na certeza de que importa ter, também, em consideração alguns apectos.
“Um dos principais conselhos que dou a quem quer usar a escrita como terapia é que, se quer enveredar por este processo terapêutico, tem que filtrar a sua mente eliminando os juízos de valor sobre si mesmo”. “Se a pessoa estiver a escrever sobre o que sente e ao mesmo tempo estiver a criticar-se, recusando conscientemente escrever algo, está nesse mesmo momento a colocar em causa o propósito terapêutico da utilização da escrita”, sugere o escritor, que é também enfermeiro, uma profissão na qual teve já a oportunidade de, por diversas vezes, comprovar a eficácia da escrita como terapia.
Ricardo Fonseca aponta um caso em concreto: “O acompanhamento terapêutico que faço a uma mãe que conheci no hospital onde trabalho, que estava a viver uma situação muito complicada e que através da escrita se reencontrou com ela própria, com o estabelecimento de objectivos, metas e de compromisso com ela própria. E tem sido algo muito interessante e muito positivo para ambos”. “Também casos de cartas de despedida (em caso de morte) que dinamizei com algumas famílias e com resultados muito positivos no lidar com a perda, com o luto”, acrescenta.
São estes e outros exemplos que Ricardo Fonseca transmite nos workshops que vai promovendo – no dia 4 de Fevereiro, irá estar em Aveiro, no ChiVital – Centro de Terapias -, encontros nos quais “mais que ensinamentos”, garante, faz e oferece “partilhas de vida”, com o obectivo de levar os participantes a “sentirem e verem a aplicação prática do que estão a fazer”.

3 opiniões sobre “Sabia que a escrita pode ser uma ferramenta terapêutica?

  1. Absolutamente de acordo. Vinha, há tempos, “tendo” uma conversa com alguém com quem, provavelmente, não a poderei ter nunca, por razões várias. O que me conduzia, num círculo vicioso, a algumas insónias. No primeiro dia de Janeiro deste ano, resolvi “ter” essa conversa com o papel e fiquei incrivelmente mais livre do incómodo.

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